INSÍGNIA E LEMA

INSÍGNIA E LEMA
CONQUISTANDO OS CORAÇÕES SE VENCE A LUTA

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A FERRUGEM, JÁ COM ALGUMA FERRUGENZINHA

Em 10 de dezembro de 2014, numa deslocação expressamente feita do Norte a Agualva-Cacém para encontro com o Marques, finalmente localizado decorridos 43 anos:

Deslocação aos arredores de Lisboa
Depois de um interregno de 43 anos e 160 dias, eis que chegou o tão ambicionado momento de novamente reatar uma amizade que, prevalecendo ao longo de uns bons dois anos, e se encontrava desmembrada em virtude da nefasta falta de notícias (actual residência) do nosso companheiro Marques, originário, da cidade mais alta de Portugal, Guarda. Depois de muitas pesquisas e algumas demarches realizadas pelo ex-companheiro e Condutor-Auto Carvalho, do Porto, foi possível descobri-lo às portas de Lisboa, em Agualva-Cacém. Conseguido o ambicionado contacto com o “filho” que se encontrava perdido e ausentado da família da Companhia de Caçadores 2506, Batalhão 2872, foi marcado um encontro, tendo este ocorrido no passado dia 10 de Dezembro junto a sua casa, no Cacém, um pouco antes do meio-dia.
Foi um momento marcante e inesquecível para todos os presentes. Digo presentes, porque o meu amigo Carvalho, com quem desde algum tempo falávamos deste assunto, aliás, como vinha acontecendo com o Mota, fez questão de nos convidar para o acompanhr. Por coincidência, o nosso amigo Mota, infelizmente, tinha compromissos para esse dia de cariz familiar e inadiáveis, não sendo possível acompanhar-nos. O dia 10 era, todavia, o mais indicado para o encontro, atendendo aos afazeres e responsabilidades que o amigo Carvalho é detentor na sua empresa, e, por isso, não havia de momento outra data disponível que, porventura, viabilizasse a contento de todos. Perante as circunstâncias, seguiram a caminho do encontro, fazendo companhia ao Carvalho: os ex-Condutores Almeida, de Gaia; Freitas, de Vila Nova de Famalicão; e o Boavista, de Moscavide, que, na passagem por ali, tomou o seu lugar na viatura fazendo-nos companhia.
Adega Típica da Tala, em Belas, “conforme a imagem o documenta”, foi, por critério do recém-regressado Marques ao seio do companheirismo sem limites que existe na C. Ç. 2506, o local escolhido para o repasto e, porventura, também por reunir todas as condições para pôr em dia as saudades e lembranças de uma longa ausência de mais de 43 anos. Nas quase seis horas que ali estivemos reunidos, muito foi dito, contado ou lembrado, e muitas fotos passaram de mão em mão, recebendo os comentários e análises mais apropriados, condizentes, todavia, com as situações patenteadas. Para o Marques, principalmente, as fotos, fizeram-no regressar ao passado. Sim, porque do seu passado, enquanto nosso companheiro de aventura, só tinha imagens, mas, estas, só na sua memória. Todas as fotos que possuía (como qualquer um de nós tem) em consequência de determinada circunstância, “ que eu diria de azar”, foram liminarmente destruídas.
Entretanto, e no continuar da franca e amena cavaqueira, relembrando os vários episódios passados juntos, o Carvalho faz-se ouvir e passando o seu telélé para as mãos do Marques diz: -atende, tens do outro lado da linha o nosso companheiro, o ex-Furriel-Miliciano Mota, agora, e só, apenas, Carlos Mota. Foi extraordinário e inolvidável aquele momento: o podermos assistir e ouvir o que diziam, e pela importância que representava aquelas vozes, que novamente se cruzavam passados tantas dezenas de anos. Tocou bem fundo nos sentimentos de cada um. Depois dos cumprimentos trocados, o Mota dizia! “Vais estar presente no próximo almoço- convívio em Penela? Todos fazemos questão de te ver e abraçar. O Marques, com um sorriso de orelha a orelha e acenando a cabeça em sentido afirmativo, confirmava a pretensão”.
Mais momentos como este, quem sabe, ainda possam vir acontecer num futuro próximo, já que ainda há companheiros que, possivelmente por desconhecimento, se mantêm ausentes. Com algum esforço e persistência, se todos convergirem na busca de elementos palpáveis, muitas outras alegrias podem acontecer.
E, assim, mais um antigo companheiro foi encontrado e repescado da escuridão em que se encontrava, em virtude das circunstâncias que levaram ao seu involuntário afastamento daquela luz, que ainda mantem bem viva a harmonia existente, nos persistentes e resistentes da Companhia de Caçadores da 2506. Doravante, já poderá fazer parte dos nossos convívios anuais o que nos honra a todos.
Este é um testemunho inquestionável, que os meus amigos. por certo, corroboram.

Manuel Freitas  -   Ex-Condutor Auto da 2506 
                                                                             "






Almeida, Boavista, Marques, Carvalho e Freitas



Manuel Freitas

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

MUTAMBA DO ANTIGAMENTE


No Coração de Luanda

Apesar de todas as vicissitudes, quem não tem saudades das suas gentes, do cheiro de África, da luminosidade, da floresta, da savana, das caçadas, da JUVENTUDE? .....

Carlos Jorge Mota

sábado, 20 de setembro de 2014

FALECIMENTOS (II)

Na sequência duma busca por mim iniciada do paradeiro dum Camarada nosso, fruto duma observação feita por um Amigo e também Camarada-de-Armas citado no Livro editado FARDA OU FARDO? - AQUÉM E ALÉM-MAR EM ÁFRICA, veio então a saber-se agora que o JOSÉ ALFREDO SANTOS REIS, Soldado Mecânico, faleceu em 21 de julho de 2009, portanto, há já mais de 5 anos.
O Carvalho e o Freitas (ex-Condutores) deslocaram-se à residência referenciada mas não estava presente ninguém em casa. Deixaram elementos de contacto, mas, entretanto, deslocaram-se ao Cemitério local e, depois de buscas, conseguiram identificar o Jazigo.
Hoje mesmo, a viúva, com base no bilhete deixado na Caixa-de-Correio, telefonou ao Carvalho e informou que o marido, o Reis, faleceu de Ataque Cardíaco, em Espanha, durante uma das suas viagens de trabalho pois era condutor de Camião de Longo Curso.
Condolências à família em nome de toda a Companhia de Caçadores 2506.
RIP (Requiescat In Pace)

                                 


Carlos Jorge Mota

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

FALECIMENTOS (I)

Ontem, dia 2 de setembro de 2014, com 93 anos de idade, faleceu o Coronel, na Reforma, António de Almeida Soares,  Comandante que foi - então Tenente-Coronel - do Batalhão de Caçadores 2872, o nosso Batalhão.
O velório está a decorrer  na Capela do Largo da Luz, em Lisboa, realizando-se o funeral amanhã, dia 4, às 10 horas, precedido de missa, seguindo o féretro para Jazigo de família em Espinho.

Aproveita-se para informar que, em 25 de julho passado, também nos deixou o Rui Rodrigues, ex-Alferes-Miliciano da CCS, Comandante que foi do PelRec (Pelotão de Reconhecimento) e que atualmente exercia a profissão de ROC (Revisor Oficial de Contas).

Em janeiro passado, também partiu para a sua última viagem o Coronel, na Reforma, Pires, Comandante que foi, ao tempo Capitão, da CCS, e que nos acompanhou, em substituição do então Capitão Santana, que estava doente, comandando a nossa Companhia, na viagem para as Terras-do-Fim-do-Mundo.

Paulatinamente, e seguindo a lei da vida, o Batalhão POP vai-se esfumando... Um dia chegará a nossa vez.

Que restem em paz, incluindo todos que já nos deixaram antes, é o desejo de todos nós.

R.I.P. (Requiescat In Pace).

                                     



Carlos Jorge Mota




quinta-feira, 21 de agosto de 2014

BARREIRO - LOCAL DE ENCONTRO SEM BARREIRAS

Por necessidade imperiosa de deslocação ao sul, foi saboreado um momento de Convívio - embora circunstancialmente restrito aos presentes -, em 19 de agosto de 2014.
Almoço-Convívio de Camaradas, à beira-rio, o mítico Rio Tejo, de cujos cais zarpámos e regressámos de Angola, da nossa Guerra.
Restaurante dos Fuzileiros, no Barreiro, local onde se desfazem barreiras impeditivas da evolução sadia, tal qual como o grande industrial Alfredo da Silva o demonstrou em épocas passadas.


Boavista, Freitas, Temudo e esposa; Mota e Carvalho (de pé)
Mota e Carvalho

Incluindo agora o fotógrafo de serviço (Merca, da 2505)

Aguardando o Almoço, mas já com um ótimo pão e boas azeitonas
A comida ainda não foi servida, mas o vinho já foi quase todo ...

Falta o Boavista, agarrado que está à máquina

O pachá até parece que já almoçou

Que raio: a comida demora?...

O grande campeão Cinturão Negro ... já um pouco tingido para branco

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

FARDA OU FARDO? - AQUÉM E ALÉM-MAR EM ÁFRICA - REAÇÕES

Uma vez que esta matéria, segundo a opinião de vários Camaradas que se pronunciaram sobre o Livro FARDA OU FARDO? - AQUÉM E ALÉM-MAR EM ÁFRICA,  é também, pelo seu conteúdo, pertença da Companhia de Caçadores 2506, aqui se inserem várias reações escritas recebidas (para além das verbais, manifestadas quer diretamente quer via telefone), algumas das quais de Camaradas de Armas de outras Unidades e inclusive em outras fases temporais.

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De: Acácio Sampaio - Camarada da Companhia de Cavalaria 2500 do Batalhão de Cavalaria 2870

Dois flashes obtidos na minha caminhada pelos meios militares com o Carlos Mota

A nossa amizade é muito anterior aos caminhos que percorremos – tal está descrito no seu livro FARDA ou FARDO?, pelo que me dispenso de outros considerandos.

O Carlos Mota foi, desde sempre, meticuloso na observação dos factos da vida real, mas também visionário dos tempos que se seguiriam, dos problemas que se colocariam/que se poderiam colocar, das soluções para os mesmos. Relembro, a propósito, o episódio da bússola, mais que suficiente comprovação do seu modo de estar.

Mantenho presentes dois factos que, repetidamente ao longo dos mais de quarenta anos após regresso, tenho citado em variados contextos e que não estão relatados no livro.

O primeiro aconteceu na especialidade, no 1º Grupo de Companhias de Administração Militar, na Póvoa do Varzim.

Aqui, um dia, diz-me o Mota: eh, pá, para o ano (1969) é tempo de rendição de batalhões em Angola; soube que as mobilizações vão começar por Angola, portanto não temos interesse em ficar com boa classificação no curso para podermos dos primeiros a ser mobilizados, e irmos para Angola. E dito isto, começámos a “trabalhar” para uma classificação honrosa, isto é, que não desse direito a chumbo.

Assim o disse, assim aconteceu!  Acabado o CSM, fomos mobilizados para Angola! Eu, para o Batalhão de Cavalaria 2870, ele para o Batalhão de Infantaria 2872.

Facto curioso do nosso CSM: o Piçarra, do Porto e nosso Condiscípulo na Escola Comercial Oliveira Martins, e o Arocha, de Setúbal, instruendos aparentemente aplicados, ficaram posicionados nos dois primeiros lugares, e ao que me disseram na altura, foram mobilizados para a Guiné em rendição individual.

O segundo aconteceu no tempo que medeou entre a mobilização e a nossa inclusão nos respectivos Batalhões.
Éramos vizinhos no nosso Bairro de S. Roque, pelo que nos encontrávamos frequentemente. E numa conversa pré-embarque, diz-me o Mota: leva uma camisola de lã, de gola alta, porque pode fazer-te falta.

Surpresa a minha, e depois da minha Mãe, quanto à sugestão… camisola de lã, de gola alta, para Angola, para África??!!

Pelo sim, pelo não, lá levei a camisola, feita à última da hora.

Chegados a Angola, foi o meu Batalhão destacado para as Terras do Fim do Mundo, Cuando Cubango (zona a que o Mota acabaria por ir parar em reforço do 2870), onde “cheirava” ao deserto da Namíbia.

E na verdade a dita acabou por ser de grande utilidade nos longos períodos de frio do inverno local, em que a água gelava e só era satisfatório o tempo entre as onze da manhã e as quatro da tarde. Foi útil para mim, mas especialmente para os Camaradas Furriéis que a requisitavam quando convocados para operações.

Que fique para memória futura de um Amigo, Vizinho, Condiscípulo nas lides escolares e Camarada de Armas, do traço de personalidade que o leva a ir fazendo hoje, ainda hoje, o filme do amanhã!

Um grande abraço,
Acácio Sampaio
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De: Jaime Froufe Andrade - Ex-Alferes Ranger, com Comissão cumprida em Moçambique e que viveu os momentos quase fatídicos do Vera Cruz, ao largo de East London (RAS) aquando do regresso em fins de 1970, facto citado no Livro

Jaime Froufe Andrade partilhou um estado. Facebook
A farda ou o fardo?
Acaba de surgir mais um livro sobre a nossa guerra em África escrito por quem lá esteve, no caso Carlos Jorge Mota.
«Farda ou Fardo? Aquém e Além-Mar em África", é o título, epígrafe que de algum modo anuncia caminho pouco habitual, raro mesmo, por se afastar do roteiro clássico da crueza do combate, da espectacularidade das acções militares e preferencialmente apostar em terrenos mais férteis por serem muito menos cultivados.
O caminho destas narrativas, de escrita fácil e desenvencilhada, é todo o percurso interior do jovem miliciano antes de ser "mobilizado" para a guerra, depois de o ser, já em África e de novo em Portugal, agora em tentativas sucessivas de interpretação de si próprio, diferente que se vê pela acção da guerra.
Tratando-se naturalmente de experiências pessoais, por isso mesmo irreplicáveis, o autor, no acto do lançamento do livro, foi o primeiro a reconhecer que esse mapa onde cartografou a sua geografia interior é certamente idêntico em muitos dos seus contornos aos de milhares e milhares de outros jovens que passaram pelo mesmo tipo de realidade. Vítimas do mesmo magma circunstancial, serão esses os primeiros a entender o que se passa no livro.
Importante seria que os jovens de hoje acabem também por se interessar por esse período difícil da nossa História recente e assim poderem perceber de onde vieram e em que condições chegaram aos dias de hoje os seus pais, mães, e avós. A chamada "falha geracional" existe e tem custos muito altos com reflexos na coesão e na solidariedade entre gerações.
Como todos teremos, certamente, consciência, Portugal está em risco de desaparecer enquanto entidade individualizada, com perfil cultural e histórico distinto. A forma como se vai apagando, pelo esquecimento e pela indiferença aquilo que na história recente de mau e de bom fizemos enquanto Povo autónomo e dono do seu destino, está a empurrar-nos para essa já quase instalada não-existência.
É nessa perspectiva de luta contra o relógio que se inscreve a importância das obras que falando sobre o nosso passado colectivo nos apuram o estado de consciência, nos devolvem o orgulho de sermos portugueses, e nos servem de âncora para travar o processo da nossa não-existência.
Bom exemplo foi a sessão de lançamento de "Farda ou Fardo? Aquém e Além-Mar em África": o calor estival, a praia, a piscina e a esplanada não foram razões dissolventes. Não chegaram os lugares sentados do salão da Casa da Beira Alta, no Porto. Eu vi porque estava lá também.
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De: Ex-Alferes-Miliciano Comando, que operou em Moçambique em anos anteriores aos nossos, e que só não veio de Lisboa à Apresentação do Livro porque sofreu um acidente de bicicleta e foi internado de urgência nessa data. É meu amigo de infância, mas, dado tratar-se de figura bastante conhecida, pretende manter o anonimato, mas está pronto para replicar a eventuais Comentários que possam eventualmente surgir perante a sua postura aqui descrita:


1
Um bom retrato do caminho trilhado pelo “mancebo”, da recruta ao estado de “prontidão” e posterior embarque e “comissão de serviço”, em Angola, Guiné ou Moçambique, em ambiente de tropa de “quadrícula”.
Este “Farda ou Fardo” poderia, muito bem, (salvo as particularidades que nele identificam e caracterizam o autor) ser o guião para a história de múltiplos “ex-combatentes” que cumpriram a sua “comissão” numa das “províncias ultramarinas”.
Nessa medida, e também pelo rigor cronológico e de descrição da “coisa militar” que ele evidencia, penso que o livro pode constituir um bom documento histórico, sobre o que era o serviço militar dum cidadão, no período da “guerra do Ultramar” e com destino à tropa de “quadrícula” numa qualquer das três “províncias em guerra”.
2
A simulação descrita, de ataque inimigo, foi mesmo uma muito grande imprudência! Com tropa sem experiência de combate, uma situação dessas, normalmente, acaba muito mal. Conheci casos que, mesmo menos graves, resultaram em mortos e feridos.
Tiveram mesmo muita sorte.
3
Tinham razão, os seus familiares e amigos quando se indignaram com a morte do soldado negro.
Atirar a matar (e matar!) sobre alguém, não inimigo, desarmado e de costas, só tem um nome: cobarde assassinato!
O autor do “feito” tinha que ser punido! O Bettencourt Rodrigues sai muito mal “na fotografia”. Confirma-se a má impressão que eu tinha dele, como militar, e resultante do tempo em que substituiu (muito mal!) o Spínola na Guiné. O tipo não prestava mesmo.
E se o preto fosse branco? O epílogo do acontecimento seria o mesmo? Pois…
4
O episódio do capitão com os seus homens, perdido na savana e “salvo” por um militar que, por acaso, até tinha uma bússola, acrescido dum bom sentido de orientação no mato, é um dos muitos exemplos que, evidencia, bem, como foi feita a “guerra do ultramar”, no que diz respeito à tropa de “quadrícula”: mal preparada e mal equipada.
Tantas mortes resultantes de fogo da nossa tropa que, sem conhecimento, flagelava ou disparava sobre locais onde decorriam operações nossas, tantas mortes resultantes de descuidos com armas, tantas mortes resultantes da falta dos conhecimentos e preparação mais elementares em situação de combate, tantas mortes, tantas mortes. Seguramente mais, do que as ocorridas em combate…
Está, ainda, por fazer a história das mortes, inglórias, resultantes da falta de equipamento e preparação de combate da nossa tropa.
5
Penso que a bofetada que deste no soldado, foi bem dada. Eu teria feito o mesmo. Já não concordo (de todo!) com a dispensa do trabalho que lhe competia fazer. Mas isso, sou eu a pensar na minha “pele” de alferes comando e em situação de guerra. Ele faria o que lhe tinha ordenado, seria punido e depois corrido da companhia.
Num quadro de guerra, mesmo, uma insubordinação dessas, só poderia ter esse epílogo.
6
A leitura deste teu “Farda ou Fardo”, bem como, outros fardas ou fardas que já li e também escritos por amigos meus, trouxeram-me/trazem-me à memória, alguns dos muitos episódios, da minha passagem pela guerra.
7
Poderia pensar-se: e que tal, seguir o teu exemplo e de outros meus amigos que, também, escreveram a estória da “sua” tropa, no período da “guerra do ultramar” e deixar, também, para a “história”, a estória da minha passagem pela guerra em África?
Não me parece boa ideia.
Os terríveis “diabos”, que ao longo de quase cinquenta anos, têm, silenciosa e paulatinamente, sido amarrados nas teias do esquecimento, podem soltar-se! E isso, eu não quero, para meu descanso e sossego de espírito.
Foram situações muito fortes, muito duras, algumas delas a suscitar reacções que ultrapassaram as fronteiras do comportamento dito humano, só justificável pelo, “instinto de sobrevivência”, num ambiente que, só entende mesmo, quem sentiu, verdadeiramente, e em pleno, a expressão: “É para abater tudo o que mexe!” “Ou eles, ou nós”!
8
Esses “diabos” estão, indelevelmente, ligados aos acontecimentos, outros (camaradagem, sentido de pertença, farras, amizades, etc.), que, também, foram por mim vividos, no “ultramar”. Estes, com muito prazer e gozo.
9
Se pudesse só falar destes, sem despertar os outros, os que foram “traumáticos”, e que, para meu sossego, permanecem na penumbra do quase esquecimento, seria óptimo, seria um prazer.
Mas, isso seria, não falar verdade.
Seriam estórias sem a respectiva “alma”, sem o seu indispensável contexto.
10
Por isso, talvez seja melhor, esses “diabos”, continuarem a afastar-se do real, por força do imparável tempo, que vai caindo sobre eles e os vai reduzindo ao esquecimento.
Que assim seja, para bem da minha paz de espírito.


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De Herculano Matos, Ex-Furriel-Miliciano Comando, presente na Apresentação do Livro:
Ao amigo e camarada de armas Carlos Jorge Mota: quero dizer que acabei de ler o teu livro «Farda ou Fardo? - Aquém e Além-Mar Em África», e, dessa leitura agradável, transmitir-te esta síntese: A tua narrativa é, de facto, ótima. Apresentas provas de discursos que ouviste na parada e dos quais juntaste agora cópias ao teu livro. Muitas estórias com graça e humor bastante, em oposição com outras coisas mais sérias e sofridas. A linguagem militar de caráter técnico que utilizas é especialmente rigorosa. Não pertenci à tua Companhia, nem ao teu Batalhão, mas, depois de deixares a ZML em 1971, andei por lá eu, em 1973 e 1974, usando a mesma linha férrea, a mesma estrada para Gago Coutinho, dormindo e igualmente no quartel de Cangumbe e noutros, (antes já tinha estado no Grafanil); olhando as águas tumultuosas do rio Lunguè-Bungo ou pasmando-me com a imensidão do rio Zambeze na zona do Cazombo. Recordei, igualmente, as ruas, as avenidas, os jardins de cidades a crescer, as cubatas periféricas e muito visitadas, o Clube Ferrovia, os cafés com esplanadas e os cinemas, tanto do Luso como de Luanda! A rivalidade entre as diversas especialidades e ramos militares. Pormenores e descrição só possíveis de uma pessoa organizada, rigorosa, honesta, verdadeira e de admirável memória! Um dia discutiremos mais a fundo este tema, começando pelo título da tua obra literária, que vai ficar para os sexagenários, como eu, recordarmos a «parte» da nossa guerra com o teu testemunho, que é excelente! Parabéns! Este é o sentimento de um ex-combatente! Um abraço! Herculano Matos
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                                                                                        Do "Ajax" (carta inserida aqui a seu pedido),
                                                                                                            presente na Apresentação: 


(Transcrição em letra de imprensa da Carta manuscrita do Ajax, com sua autorização, e a pedido de alguns camaradas que sentem dificuldade na leitura):

Pindelo, 28 de julho de 2014
Prezado Amigo Mota
Que este englobar de palavras te surpreenda pela positiva e com a melhor das intenções deste teu Amigo "Ajax", pois o que me levou a lançar mão à pena ("caneta") foi, após de ter acabado de ler o teu livro e não por narrativas que abordam a minha pessoa, querer dizer-te que uma vez mais é de louvar, a minha modesta forma, em meu nome e de todos os amigos que fizeram parte desse tempo e dessa era, pois fizeste-nos lembrar, embora que nunca esqueça de que apesar de ser uma guerra sem sentido, houve algo de muito bom em tudo quanto fez e faz parte dum historial que jamais alguém apagará das nossas memórias, é e será a verdadeira amizade que criámos além fronteiras com um verdadeiro leque de amigos dos bons e maus momentos que passámos todos juntos e isso vê-se e reflete-se na ansiedade que temos de nos encontrarmos, e aí, sim, poderemos dizer que somos porque fomos uma tropa de "elite" no mais alto nível de amizade que nos liga para sempre e isso é, sem dúvida, um tesouro da Companhia 2506 que seguiu o lema que não nos foi dado por acaso: "Conquistando os corações se vence a luta".
Amigo Mota: Parabéns pela narrativa do teu livro que sendo teu também é um pouco de nós.
Um abraço deste teu amigo "Ajax". Parabéns.

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                                                                                          Do 1º Vilares (Capitão, na Reforma)


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De: Fernando Figueiredo, Amigo e Militar do Recrutamento da Região Militar de Angola:

Olá Boa Tarde Carlos. Acabei de ler o livro "FARDA OU FARDA? - Aquém e Além-Mar em África", que me oferecestes e que parafraseando Edwin Schlossberg ”Escrever com habilidade é criar um contexto no qual outras pessoas possam pensar”, levou-me, à medida que ia lendo, a ver na minha mente, o filme do meu tempo de "FARDA" - 31.01.1971 / 01.08.1974 - E.A.M.A. (Nova Lisboa), R.I.21, R.I.20, Nabuangongo, Quipedro, Lué, momentos marcantes da nossa vida e geração. Fiquei encantado com a tua escrita e com exposições bem clarificadas , onde apenas as palavras que encontro neste momento á para te dizer. "OBRIGADO, OBRIGADO". Um Grande Abraço Amigo Carlos. - 16.7.2014

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De: Fernando Temudo - Remetido por mensagem eletrónica, por época natalícia, relembrando facto citado no Livro:

" Mota :
Faz amanhã anos que te ofereceste para procurar a G3 perdida na picada, acompanhando o grupo formado  para o efeito. De facto, era preciso ser camarada e ter coragem para participar naquela busca que durou algumas seis ou sete horas e que resultou . 
Também  faz hoje anos que, com o meu grupo, estávamos, a esta hora, já de volta à picada da Coutada  do Mucusso, tentando chegar a horas que permitissem conviver com a "família militar" e comer uma refeição  merecida , na noite de Natal. E, conseguimos chegar à tangente . 

Cumprimentos, com desejos de Boas Festas . 
Temudo .

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Antonio Manuel Marques Mendes - Radiotelegrafista
Batalhão de Caçadores 2872
Companhia de Caçadores 2505.

Felicitaçôes pelo excelente trabalho no livro Farda ao Fardo.

Abraço e boa continuação  (2015-02.05)
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Carlos Jorge Mota

quinta-feira, 17 de julho de 2014

FARDA OU FARDO? - AQUÉM E ALÉM-MAR EM ÁFRICA

Livro escrito pelo Camarada Carlos Jorge Mota, relatando o seu trajeto militar, similar ao de tantos outros Camaradas, e cuja apresentação se realizou no Porto, no dia 12 de julho, às 17:30, na Casa da Beira Alta.

Trata-se da coletânea de Artigos inseridos na Mensagem postada neste Blogue intitulada FARDA OU FARDO?, mas enriquecida com outros relativos a vivências ainda na Metrópole, daí o nome incluir AQUÉM.

A cerimónia do lançamento do Livro pode ser visualizada no seu próprio blogue cujo endereço é:

carlosjorgemota-canojones.blogspot.pt


Carlos Jorge Mota

terça-feira, 24 de junho de 2014

PESSOAL DA "FERRUGEM" NA COUTADA DE MUCUSSO


                                                             De pé: "Ajax", Reis-mecânico, Boavista, "Penalti",Couto e Marques
                                                             Sentados: Novais, "Setúbal" (CT), Silva, Manuel António e Almeida
                                                             Deitado: Graciano Simões.
                                                             Ausentes: Carvalho, Egídio, Freitas, Orlando e Álvaro
                                                                              (este último por estar afeto a função diferente da sua especialidade de Condutor)                                                                             


             
Mário António Bento Boavista

segunda-feira, 9 de junho de 2014

CONDUTOR DE BERLIET EM TERRAS-DO-FIM-DO-MUNDO

Depois de vir da Coutada do Luengue, onde estive destacado com o Couto logo que chegámos à Coutada do Mucusso, fui escalado pelo Ex-Furriel Ventura para seguir com o nosso Ex-Capitão Santana, o Ex-Furriel Glória e mais alguns camaradas para rumarmos ao Mucusso e ao Dirico. Para fazer psicologia, chegados ao rio, eu coloquei a Berliet na jangada e sentei-me em cima do capô do motor. Quando chegámos mais ao menos ao centro do rio parte-se o cabo e lá seguiu ela pelo rio abaixo, alguns camaradas caíram à água ou atiraram-se e, se não estou em erro, o Fernando Simões deixou cair a arma, que nunca mais foi vista, mas, voltando ao assunto da jangada, conseguimos tirar a mulher e o filho do Soba que seguiam connosco. Ao chegar à primeira curva para a direita a jangada aproximou-se um pouco da margem e o Ex-Furriel Glória, como bom nadador que era (não fosse ele de Lagos), atirou-se à água com uma corda que eu trazia na cabine e que tinha sido deixada por um camionista na beira do rio. Aí eu segui-lhe os passos e conseguimos que a jangada ficasse presa na margem esquerda cerca de quase um mês, onde eu pernoitei sozinho quase todas as noites até ela ser retirada. Passado todo esse tempo conseguimos passá-la para a margem direita, com a ajuda dos barcos que tínhamos na Coutada, mas íamos perdendo um deles, quase que foi ao fundo, pois a força da água era tanta, porque estávamos próximo da entrada no rio Cubango, que vinha de Serpa Pinto.
Fiquei então destacado no Dirico com o ex-Cabo Costa e o ex-Furiel Temudo a fazer o reabastecimento de combustível do Calai para o Dirico. Até ao nosso regresso a Luanda eu fazia esse trajeto todos os dias, exceto ao domingo, sempre sozinho, e, numa dessas viagens de ida, pela madrugada, apanhei um daqueles sustos ao encontrar uma manada de elefantes com crias, na picada. Nessa noite tinha chovido toda a noitinha mas nem eu nem os elefantes queríamos sair da picada, mas eles levaram a melhor: fui eu que tive de fugir, uma vez que eles se agruparam e investiram contra a Berliet, não tendo eu outra alternativa senão ligar toda a tração e sair de marcha atrás através das espinheiras que obstruíam a saída, tendo depois muita dificuldade em seguir em corta-mato e não podia parar até arranjar uma nova entrada para a picada pois poderia ficar atolado. Aí valeu a experiência da vida civil e dos meses já cumpridos.
Só a título de curiosidade:  vim a saber que a Companhia que nos rendeu rebentou uma mina nessa mesma picada. Por essa razão, mais tarde, uma Companhia do Batalhão 4611 fazia o mesmo reabastecimento mas com escolta e eles tiveram o mesmo problema que nós, inclusive perderam uma viatura e algumas armas.
No Dirico, por vezes as coisas não corriam muito bem com o ex-Furriel Temudo pois ele não queria que se transportasse nenhum civil na Berliet, mas, como ele e o ex-Cabo Costa não saiam do Dirico para fazerem a viagem comigo, desconheciam o que se passava, mas eu tinha a certeza que no dia que eu tirasse os civis de cima da viatura ela iria imediatamente pelo ar, como, aliás, mais tarde aconteceu.







Mário António Bento Boavista

segunda-feira, 26 de maio de 2014

PIADAS DE CASERNA I


In Jornal do Exército nº 133 de Janeiro de 1971

CUCA OU NOCAL?

E que tal, vai agora uma amargosazinha? CUCA ou NOCAL?

Tropa sem cerveja é como militar sem munições. Com o Tabaco é igual - para quem fuma.
Na Coutada de Mucusso, até recebermos os Frigoríficos a petróleo, "iam" pela goela abaixo, mesmo quentes. Uma grade diária era vulgaríssimo para alguns. Mas, mais garrafa, menos garrafa, todo o militar que se prezava deitava a sua garrafinha à boca, nem que fosse para matar ... o tempo, para além da sede.

Lembrando a nossa companhia quotidiana, pelo menos no Aquartelamento:




Carlos Jorge Mota



terça-feira, 13 de maio de 2014

21ª CONFRATERNIZAÇÃO - 2014, NA LOUSÃ

Em conformidade com o combinado na anterior, a  nossa 21ª Confraternização, realizada em 2014, precisamente no ano em que se completaram 45 anos da nossa partida para terras de Angola, ocorreu em 10 de maio, sob a égide do Camarada Manuel Gonçalves, na sua linda terra da Lousã, no Restaurante Típico O BURGO, em plena área serrana e deslumbrante da Nossa Senhora da Piedade. Fomos servidos de pratos regionais, regados com bom vinho à escolha individual, e convivemos no sempre habitual ambiente de sã e fraterna camaradagem, revivendo bons e também alguns maus momentos antigos.
Concentrados à chegada junto à Câmara Municipal, dirigimo-nos depois para a Igreja Matriz onde (e só quem o desejou) assistimos a uma missa especialmente celebrada para nós e em cuja prática o sacerdote aludiu à temática da Guerra do Ultramar, procurando integrar no contexto político-social de então a ida de tropas para África.

                                                                                   

                           





  Área da Nossa Senhora da Piedade



O Gonçalves, para além da infografia da Lousã, contemplou-nos com uma garrafinha do tradicional Licor Beirão, produto da sua terra, em cujo corpo, para além do rótulo do Licor, foi colocado um outro com os dizeres da Companhia de Caçadores 2506 e o emblema do nosso Batalhão.

                   




Igreja Matriz
Findo o repasto, e na perspetiva de se auscultar os presentes sobre a próxima Confraternização, foi colocada essa questão, mas, para além dos já repetentes, não havia, de momento, mais voluntários para o efeito. Todavia, e já quando nos encontrávamos somente 4 camaradas, ultimando as contas e os afazeres habituais da circunstância, perante a já discutida vantagem da zona a selecionar dever ser em área central do país, o Camarada Palaio ofereceu-se para esse desiderato, ficando, portanto, assente de imediato que em 2015 nos reuniremos em Penela, sua terra-natal.

Escadaria da Câmara Municipal da Lousã

Acertando a estratégia organizativa definitiva


Carlos Jorge Mota









domingo, 4 de maio de 2014

20ª CONFRATERNIZAÇÃO - 2013, EM VILAR DO PINHEIRO

Na sequência do deliberado no ano anterior, neste ano de 2013, concretamente no dia 11 de maio, reunimo-nos em Confraternização anual em Vilar do Pinheiro, sob a égide do Camarada Adário, no Restaurante ZÉ DA ADEGA, situado dentro duma quintinha, onde bem se comeu e melhor se bebeu.
Antes, porém, e no próprio local de concentração, assistimos a uma Missa na Igreja Central daquela Freguesia cujo padre havia sido também Combatente razão por que a prática da própria missa incidiu sobre a temática da Guerra. 




Durante o lauto repasto combinámos sobre a localidade da Confraternização do próximo ano, aconselhável ser em zona mais central do país, até porque esta deste ano é a terceira realizada no norte de Portugal. Depois de alguma hesitação dos presentes, imediatamente se candidataram alguns camaradas, só que, tratando-se de repetentes, foi feito novo apelo para diversificação, voluntarizando-se então o Camarada Gonçalves para assumir o convívio de 2014 na sua também linda terra da Lousã.

Carlos Jorge Mota   

19ª CONFRATERNIZAÇÃO - 2012, EM OLIVEIRA DO BAIRRO

Em conformidade com a decidido no ano anterior em Barcelos, neste ano de 2012, em 5 de maio, e sob a égide do Camarada Orlando Santos, ocorreu a nossa Confraternização anual em Oliveira do Bairro, linda terra bairradina, no Restaurante ESTÂNCIA.
Antes, porém, fizemos uma visita às Caves Aliança/Museu Joe Berardo, em Sangalhos, onde tivemos possibilidade de, para além das várias coleções de vinhos, contemplar um riquíssimo espólio de material paleontológico com mais de 20 milhões de anos, que inclui fósseis de rinocerontes, conchas, plantas ou peixes, a que estão associadas madeiras petrificadas provenientes da Argentina, bem como figuras em terracota com cerca de 1.500 anos provenientes da antiga cultura Bura-Asinsa-Sika, do Níger (África). O museu inclui ainda Arte Etnográfica Africana, nomeadamente estátuas, máscaras, armas, artigos de joalharia e utensílios do quotidiano, e Escultura Contemporânea do Zimbabué, bem como Cerâmica das Caldas da Rainha, com peças raras e originais dos chamados período arcaico ao pós-bordalino (material produzido por Rafael Bordalo Pinheiro e Manuel Cipriano Gomes), para além de Coleções de Azulejos produzidos entre o Séc. XVIII e a atualidade, na sua grande maioria de origem portuguesa e francesa, e ainda Coleção de minerais oriundos do Brasil. Quem quis, teve oportunidade de adquirir os maravilhosos vinhos das Caves Aliança, de renome mundial.



Como se pode verificar na fotografia acima (entre a minha pessoa e o Temudo), recebemos um camarada novel nas nossas confraternizações,  José Joaquim Vieira, de sua graça, atualmente advogado em Lisboa, e que, em Angola, se juntou à nossa Companhia, em rendição individual, provindo de Caripande, nome que lhe deu a alcunha carinhosa por que ficou conhecido entre nós.
Após a habitual lauta refeição e o já tradicional convívio fraterno, depois de posta à consideração a seleção da localidade do próximo ano para nos reencontrarmos, recaiu a escolha em Vilar do Pinheiro, local situado entre a cidade do Porto e Vila do Conde, terra-natal do Camarada Adário, que se disponibilizou para assumir essa tarefa.

Carlos Jorge Mota